quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Inês e a Irina a caminho da Antartida

Dentro de poucos dias já estaremos do outro lado do Atlântico, em plena cidade de Buenos Aires, após 14 longas horas de voo.
A jornada, por outro lado, começou há cerca de um ano, quando descobri o concurso “À Descoberta das Regiões Polares”, e decidi participar.
Extasiava-me a possibilidade de ir a um dos mais recônditos lugares do planeta, apenas atingível pelo ecrã da televisão. Durante alguns meses planeei e elaborei um poster científico. Sempre que o cansaço apertava ou a imaginação tentava fugir, as paisagens cinematográficas, com colónias de pinguins a caminhar sobre o gelo, funcionavam como motores, que logo impeliam o trabalho no bom sentido.
O trabalho foi entregue e seguiram-se três sufocantes meses de espera, até que, em finais de Junho, o telemóvel tocou com a notícia de que tinha ganho o primeiro prémio. Ia à Antárctida! Os seis meses que me separavam da grande viagem reduziram-se a menos de uma semana.
Passaram recheados de risos, ansiedade, stress e entusiasmo, com muitos assuntos a resolver e coisas em que pensar. Aproxima-se a experiência de uma vida, com a expectativa de alargar os horizontes, até perder de vista! A oportunidade de estar com pessoas de todo o Mundo em plena Antárctida, com um espírito de companheirismo e aventura, excede qualquer definição do que seria, para mim, uma viagem de sonho. Partimos dia 25 de Dezembro, rumo a Buenos Aires, de onde seguimos para Ushuaia, a cidade mais a Sul do Mundo, na Terra do Fogo. Aí apanhamos um navio rumo ao continente mais gelado do planeta!
O que lá iremos encontrar? Espero que diferentes culturas, formas de pensar e vastos conhecimentos, tanto ao nível científico como pessoal. Sendo a Antárctida um dos principais locais da Terra onde os efeitos do aquecimento global são mais visíveis, espero desenvolver a minha perspectiva sobre o que significa viver bem, neste planeta, perante a onda de consumismo com que nos deparamos. Estaremos no caminho para um desenvolvimento sustentável? Valores como a poupança de energia e a implementação de hábitos não poluentes, são apenas alguns dos tópicos que espero perspectivar ao longo desta expedição científica. A ideia de que cada pequena acção, ao nível individual, quando aliada a muitas outras por todo o globo, faz realmente a diferença, é algo que, infelizmente, necessita de ser muito mais fortemente implementado na nossa sociedade, sendo também um conceito a abordar.
Espero voltar com a visão de um planeta Terra que sente cada pequena acção de cada um de nós, quer no deserto mais gelado, quer no deserto mais quente, por muito grande que pareça a distância que nos separa.
Inês Murteira20 de Dezembro de 2007

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